Formação integrativa em constelação com bonecos: guia completo para constelação individual com bonecos

No atendimento individual, as Constelações Familiares permitem o uso de materiais de apoio, como bonecos, âncoras, imagens internas, visualizações, meditações e dinâmicas. Esse trabalho baseia-se na vivência direta do campo fenomenológico e na estrutura sistêmica da família do cliente (o constelado), abrangendo o clã atual e seus antepassados. Nas relações familiares de muitas gerações, encontramos tanto histórias de fortalecimento quanto de fragilidade e vulnerabilidade.

Ao constelar, o que estava oculto é elucidado. O que antes era excluído passa a ser reconhecido. Aquilo que estava em oposição encontra aceitação. O que estava separado se reconcilia. O que era estagnado ganha movimento, e o que estava interrompido se completa, trazendo conclusão às histórias. Novos significados emergem, impulsionando a vida em direção a mais amor, abundância e plenitude.

Nosso intuito é oferecer às alunas do curso recursos terapêuticos que enriqueçam e apoiem a prática da Constelação Individual. Esta formação tem como base o uso de bonecos, âncoras, cartas e orientação visual, associadas aos fundamentos das leis sistêmicas, da cura de traumas, das relações humanas, e do amor e ajuda nas Constelações Familiares. A proposta é capacitar para a aplicação da abordagem sistêmica e transpessoal em atendimentos individuais, sempre com o foco na transformação do momento presente.

O trabalho fundamenta-se nos ensinamentos de Bert Hellinger, em suas contribuições para a harmonia das relações humanas. Frequentemente, homens e mulheres vivem emaranhados a suas famílias de origem, em dinâmicas dolorosas que se perpetuam por gerações. Este e-book explora temas teóricos e práticos que sustentam o trabalho sistêmico, desenvolvidos ao longo de diversos módulos:

• Origem das constelações e leis sistêmicas
• Arquétipos
• Teoria sistêmica e personagens internos
• Física quântica e campos mórficos
• Hipnose e PNL
• Psicodrama
• Educação transgeracional sistêmica
• Teoria do apego, criança interior, traumas e dissociação
• Constelação estrutural com bonecos
• Constelação na água
• Práticas de constelação e leitura de campo
• Constelação do dinheiro
• Jogo da superação e mentorias

As Constelações Sistêmicas têm aplicações em diversas áreas, como pedagogia, direito e relacionamentos humanos. Por isso, exigem aprofundamento em temas variados, promovendo reflexão e prática dos conceitos, com contribuições valiosas extraídas de estudos e experiências com essas abordagens.

Na origem das Constelações Familiares e Leis Sistêmicas, encontramos vários autores e linhas de conhecimento, tais como terapia sistêmica, análise transacional, psicodrama, psicogenealogia, Gestalt-terapia, entre outros. No resumo das disciplinas trabalhadas durante o curso, inclusas neste e-book, encontraremos algumas das mais influentes no processo.

As “Leis Sistêmicas” são princípios fundamentais que influenciam a dinâmica familiar. Algumas dessas leis incluem a Lei do Pertencimento, que destaca a importância de reconhecer e incluir todos os membros da família, mesmo aqueles que foram excluídos ou esquecidos. Outra lei importante é a Lei da Ordem, que enfatiza a necessidade de respeitar a hierarquia natural dentro da família. Já a Lei do Equilíbrio afirma que “o que está dentro precisa estar compatível com o que está fora”. Aqui, as duas palavras que regem essa lei são “tomar” e “dar” com equilíbrio.

Um arquétipo é um modelo ou padrão passível de ser reproduzido. Segundo Carl Gustav Jung, os arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo.

Na família, os antepassados representam arquétipos no inconsciente coletivo do sistema. É comum repetirmos padrões criados pelos que viveram antes, seja para o bem ou para o mal, na tentativa de curá-los ou representá-los naquilo que admiramos ou rejeitamos.

A constelação, através de um método de representação arquetípica com a participação de pessoas ou bonecos, permite acessar o subconsciente e o que está guardado na memória coletiva do sistema, trazendo à tona o que precisa ser revisto, refletido e transformado.

A relação entre a Terapia Sistêmica, personagens internos e as Constelações Familiares: a relação entre essas abordagens é profunda, já que as constelações são uma extensão e uma aplicação prática dos princípios da terapia sistêmica. Ambas as perspectivas consideram os indivíduos como parte de sistemas mais amplos, como a família, a comunidade ou a sociedade. O foco está em entender as interações e as dinâmicas entre os membros do sistema, reconhecendo que as ações de um indivíduo podem impactar os outros.

A Física Quântica explica o que acontece na vivência da constelação e a interação da consciência individual no campo das memórias coletivas. Através das experiências comprovadas pelas teorias da Dupla Fenda e das Cordas (ou Teoria de Gravitação Quântica), entende-se como determinadas frequências podem ser acessadas, de forma consciente ou inconsciente, repetindo movimentos na tentativa de curar o todo.

Nos emaranhamentos, a energia não desaparece; ela precisa ser colocada novamente em fluxo para haver equilíbrio. A consciência também não desaparece, pois, em essência, tudo o que existe na Vida é energia.

E como os seres evoluem? Experimentando a mesma energia de maneira diferente e mais saudável para o seu grupo, o que, por sua vez, passa a fazer parte da consciência desse indivíduo e de sua espécie. Somente o amor e o tempo podem resolver esses emaranhamentos.

Segundo o biólogo e bioquímico Rupert Sheldrake, com sua teoria conhecida como Ressonância Mórfica, nossas mentes estão todas conectadas e formam juntas um campo mental universal, denominado por ele de Campo Morfogenético. Nossa memória atávica coletiva contribui para todos os da mesma espécie.
Portanto, somos capazes de compreender as conexões quânticas e as informações genéticas disponíveis ao nosso coletivo. É nesse acesso coletivo que as constelações visualizam o que ficou subjetivo ou não percebido, e que tende a se repetir. Essas informações compartilhadas por nossos ancestrais são atemporais.

Ainda segundo Sheldrake, essa ressonância é um padrão que, seja positivo ou negativo, tende a se repetir. Desconhecer nossas histórias nos atrapalha, pois deixamos de viver em plenitude. Os campos invisíveis que nos unem influenciam, atraindo ou causando repulsa de forma organizada.

A Hipnoterapia busca equilíbrio e bem-estar ao facilitar um estado alterado de consciência, permitindo o acesso ao subconsciente. Esse processo possibilita trazer à tona emoções e memórias ocultas, promovendo a compreensão e transformação de aspectos que, inconscientemente, bloqueiam e interferem no presente.

A constelação, por meio de um método de representação arquetípica com a participação de pessoas ou bonecos (na água ou na mesa), também permite que o cliente acesse o subconsciente e a memória coletiva do sistema. Isso traz à tona a emoção que originou o desconforto, mesmo que de forma inconsciente, possibilitando a verbalização e a autodeterminação para agir de maneira diferente, aceitando uma nova programação. Esse procedimento é muito próximo da reprogramação utilizada pela Hipnoterapia.

O Psicodrama e a Constelação são métodos psicoterapêuticos com abordagem sistêmica fenomenológica. Ambos são indicados para equilibrar situações difíceis que se repetem, trazendo soluções rápidas, pois esclarecem dinâmicas presentes nos grupos de relações familiares ou sociais.
Essas abordagens desenvolvem processos fenomenológicos grupais, ajudando as pessoas a se libertarem de situações perturbadoras do presente, visualizando-as como manifestações de sintomas originados em ações vividas no passado.
O Psicodrama trata o indivíduo por meio da ação dramática, sempre considerando-o como um ser em relação. Seu ponto culminante está na transição do tratamento do indivíduo isolado para o tratamento do indivíduo em grupos e do uso de métodos verbais para métodos de ação.

Bert Hellinger e Jacob Moreno percebem que é possível interferir na rede de relacionamentos ao identificar as causas dos desequilíbrios e liberar a fidelidade com o sistema, promovendo a cura. Essa abordagem permite descobrir as causas das dinâmicas, alterá-las e trazer equilíbrio e harmonia às relações.

A Educação Transgeracional Sistêmica é uma abordagem educacional que foca no entendimento de como influências e dinâmicas são transmitidas ao longo das gerações dentro de uma família. Essa perspectiva reconhece que experiências não resolvidas por membros anteriores podem afetar as gerações futuras.

Estreitamente relacionada às Constelações Familiares de Bert Hellinger, essa abordagem contribui para a compreensão de padrões familiares e promove a resolução de questões intergeracionais. Ambas compartilham o objetivo de explorar e transformar dinâmicas sistêmicas, promovendo o bem-estar emocional e relacional.

O estudo da Teoria do Apego e a compreensão da Criança Interior são profundamente relevantes para as Constelações Familiares, pois ambas abordagens oferecem insights significativos sobre padrões de relacionamento, traumas emocionais e dinâmicas familiares.

Nas Constelações Familiares, a exploração da Criança Interior Ferida pode revelar aspectos não resolvidos do passado que influenciam o comportamento e as interações familiares atuais. Esse processo possibilita que consteladores abordem questões profundas, promovendo a cura e a integração dessas partes feridas.

A Constelação na Água destaca-se por sua abordagem fenomenológica aplicada ao ambiente aquático. Nessa prática, a água representa o campo sistêmico, enquanto bonecos flutuam, sendo movidos pelo movimento natural do campo, sem interferência direta do constelador ou do cliente.

Essa abordagem permite que dinâmicas, conflitos, exclusões e padrões repetitivos presentes no sistema familiar se manifestem de maneira espontânea. Ao observar os movimentos naturais dos bonecos, o constelado sente maior confiança no processo, vivenciando de forma visual e direta a atuação do campo.

Na Constelação Estrutural, os bonecos representam membros do sistema, frequentemente familiares, sendo posicionados no espaço de acordo com as emoções e percepções do cliente. Essa disposição tridimensional cria uma representação simbólica das dinâmicas familiares, permitindo a identificação de padrões, bloqueios e desequilíbrios.
Os participantes colocam os bonecos com base em sua intuição ou sentimentos, considerando elementos como a distância entre eles e sua orientação no espaço. O facilitador observa essa configuração e faz perguntas exploratórias, promovendo insights sobre as relações e emoções envolvidas.

Na prática da Constelação e Leitura de Campo, representantes — sejam pessoas, bonecos ou âncoras — funcionam como instrumentos que trazem informações do campo. A mente de quem observa projeta informações nos movimentos dos bonecos, interpretados pelo constelador com base na fenomenologia.

Esse fenômeno, conhecido como psicocinesia ou telecinesia, manifesta-se “in matéria”, revelando conflitos e dinâmicas do sistema familiar. O constelador interpreta esses movimentos para ajudar o cliente a compreender e resolver os desequilíbrios.

A Constelação do Dinheiro é uma ferramenta de autoconhecimento que explora a relação entre dinheiro, afeto e dinâmicas familiares. Muitas dificuldades financeiras não têm origem apenas em lacunas de educação financeira, mas também em questões mais profundas, como lutos não elaborados, medo do sucesso ou solidão.
Essa abordagem auxilia na identificação e resolução dessas questões, promovendo a conscientização sobre as dinâmicas sistêmicas que interferem em uma vida próspera e abundante.

O Jogo da Superação é uma ferramenta terapêutica que explora soluções para desafios pessoais, podendo ser aplicado individualmente ou em grupo. Ele fortalece habilidades pessoais, promove o autoconhecimento e auxilia na superação de bloqueios emocionais, aumentando a autoestima e inspirando transformações com base nos recursos internos do participante.
A prática envolve a construção de um mapa sistêmico orientado por questões objetivas, ajudando a expandir as possibilidades de viver o próprio potencial, com equilíbrio e propósito.
O curso ofereceu uma base teórica e prática para reconhecer conceitos e recursos usados nas Constelações Familiares, incluindo:

• Exercícios de percepção e construção de sistemas de constelações com pessoas, bonecos, âncoras ou cartas.
• Orientações sobre postura fenomenológica, ética e respeito no atendimento individual.
• Uso de frases que alinham forças de cura nos campos pessoais e familiares.
• Leitura corporal e sinais do campo pessoal como recursos reveladores para a cura.

Além disso, foi abordado como trabalhar movimentos interrompidos do amor e traumas, respeitando as ordens do amor, da ajuda e da vida, promovendo uma terapia pontual que revela novas possibilidades para o cliente.

Agradecemos a todos que contribuíram para o amadurecimento psíquico e o autoconhecimento durante esse período, fortalecendo a teia de ensino-aprendizagem. Estamos à disposição para esclarecimentos e para apoiar cada um em seu ritmo, com amor e sabedoria.